Sobre Meditação, Yoga e escolhas

As pessoas tem uma visão muito distorcida de práticas como o yoga e meditação. Vendo como se as pessoas que praticassem isso fossem todas “zen”. O que eu respondo as essas pessoas é grande e sonoro não!

Essas práticas são conhecidas por gerar autoconhecimento, e esse caminho não é fácil, não é bonito e muito menos tranquilo. Meditar gera muita dor no corpo, meditar gera muita ansiedade especialmente no início quando você não está acostumado.  E meu Deus como é difícil fazer seus pensamentos aquietarem-se.

No yoga criar espaço no seu corpo por meio da respiração e da prática das posturas gera muita dor, dificuldade e ansiedade no início. E talvez por isso tantas pessoas desistam no começo, ou mesmo sequer iniciem,  sabe por que? Porque todas essas práticas fazem com que você mexa com antigos condicionamentos, fazem com que você saia da sua zona de conforto. E isso vai sim causar muito incomodo.

E ser zen, alcançar o zen, é apenas um estado mental, impermanente como tudo. Afinal a única coisa permanente nesse Universo é a impermanência. Esse estado mental é alcançado depois de um longo e árduo caminho, e na condição de “estado” não é permanente. Pense na água: ora gasosa, ora líquida, ora sólida, e ainda sim a mesma água.

O convite ao autoconhecimento é desafiador porque traz à luz da consciência padrões, condicionamentos e lados seus que você pode não querer ver, ou que sequer sabia que existiam. E de novo: esse caminho não é bonitinho, esse caminho é duro.

A libertação vem justamente depois que você consegue a força para superar seus primeiros desafios, a libertação vem quando você cria as estruturas que permitem que você seja forte para enxergar sem máscaras. Pois é justamente quando você reúne a coragem de aceitar o feio que mora em você, o selvagem, o “ruim” é que você será capaz de tolerar isso no outro, nesse momento surge a compaixão. Pois é quando você entende o que Buda diz quando o sofrimento surge da ignorância: ignoramos a nós mesmos, ignoramos em nós aquilo não queremos, ignoramos os outros. E sim, isso é a raiz de todo o sofrimento.

Essas práticas promovem a CLAREZA. E apesar de ser um atributo positivo, não significa que seja agradável. Tudo o que você vai precisar para trilhar esse caminho será coragem e sabedoria de andar em estradas feias, estradas que são tortuosas e duras e que te levarão sim a lugares desconhecidos, mas que se você souber se entregar, elas te levarão à você mesmo, seu verdadeiro eu. E é nesse ponto onde mora a paz e a verdadeira felicidade, o resto é sombra das árvores alheias como diria Fernando Pessoa.

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